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MP.AT 1077
Vladimir Kozak, Serra dos Dourados/PR, "Dois homens Xetá montando armação de galhos de um Tapuy", s.d.

Relato de
DIVAL DA SILVA E CLAUDEMIR DA SILVA 
 XETÁ





Josi: Sabe o que eu imagino que seja essa foto, que não teve uma época que os xetá do mato foi levado pra Guarapuava, e o Kozak foi atrás deles em Guarapuava e pediu pra eles fazerem a estrutura como no mato pra ele tirar foto e mostrar pros brancos o passo a passo, então se eu não to enganada essa imagem é dos teus parentes lá de Guarapuava

Claudemir da Silva Xetá: É a Tia Diatuquã e o Tio Kuen que eram parentes... que vieram das andorinhas e

Brunno Douat: Olha que demais, essa grama tá em uma região

Dival da Silva Xetá: Se você observar bem eles estão em uma área de fazenda ... de madeirinha, um desses indígenas foi enterrado lá na Mangueirinha .... É esse mesmo, certinho.

Josi: Que na época do mato nenhum deles conseguiu pegar eles fazendo a casa a obra, aí quando ele teve a oportunidade ele pediu pra eles fazerem, muito bonito assim, e a gente percebeu que tem uma pequena portinha, não sei se seria uma portinha

Brunno Douat: Tem partes que tem um fechamento mais baixo e outras partes que já não tem.

Dival da Silva Xetá: Ah sim volta lá.

Josi: Essa construção só precisava da madeira que era usada, cipó e tronco?

Claudemir da Silva Xetá: Quando eles moravam de baixo era uma assim uma madeira, um cipó IBIRÁ não sei se você ouviu falar do cipó imbira.

Josi: Já, aham

Claudemir da Silva Xetá: Esse mesmo, agora aqui essa demonstração é igual aqui, usa umas madeirinhas qualquer, pra mostrar como era no passado, vocês podem aqui que não tá saindo de bem de primeirinha, é só uma demonstração.

Josi: Será que quanto tempo demorava pra fazer uma construçãozinha dessa assim, do início até o final, (...)

Claudemir da Silva Xetá: Pra fazer uma dessa para morar era rapidinho de construir, eles pegavam a madeira, coisa de uma, duas horas eles faziam, com as madeiras era a mesma coisa, colocava elas tudo no lugar e era rapidinho.

Marina Obba: E tinha que trocar as folhas de Jerivá de tempos em tempos?

Claudemir da Silva Xetá: De tempos em tempos tinha que trocar, de três a quatro anos, era uma coisa bem resistente, não ficava em contato com chão, era bem feita, a gente faz a casa da gente bem caprichado

Claudemir da Silva Xetá: E em dia de chuva? Não molhava dentro, é uma casa normal igual a nossa de hoje, normalzinha

Marina Obba: Tem canoa ali no cantinho no chão, ali cruzado, não sei se é ali de uma canoa, não consegui identificar o que que era
Claudemir da Silva Xetá: É um aruande e lá na frente tem um machado.

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