





Relato de
Claudemir da silva E DIVAL DA SILVA
Xetá
Transcrição em Português
Brunno Douat E essa cobertura, essa ali de sombra, pra descanso, pra deitar, a mais simples aqui da direita?
CSX Não, essa aqui é fixada ali, né. É a mesma coisa. Que, vamos supor hoje, às vezes, você tua casa, você tem uma área, às vezes você quer ficar na área, então é mais ou menos isso. Só que daí já não é emendado, pode observar aqui então que as folhas estão de pézinho, aí a sombra dá de um lado só. Pode ver que tem até a sombra deles ali, oh, tampa mais ou menos. É tipo, mais ou menos, uma área de casa, digamos assim, pra descanso mesmo, do dia-a-dia deles quando estivessem folgados.
Se observar bem que, o que que acontece? De manhã eles tomavam a erva-mate deles e saía tudo... igual, a mesma coisa, digamos que nós temos um emprego, cê tem a tua obrigação, né. Então ali, o que acontecia? Eu costumo dizer para os pessoal que o povo Xetá era muito coletivo, entendeu? Então, o que acontecia, um ia buscar o mel, outro ia pescar, outro ia buscar uma caça. E acho que aquela foto que vocês viram lá, que conectava o lugar do assado, que eles sapecavam aquela erva-mate. E daí eles chegavam, chegavam com o mel, com a caça, com o peixe. O que eles faziam? Tinha uma pessoa especificamente para fazer aquele assado. E daí, o que que acontecia? Vocês chegavam, vamos supor que você coletou o mel... Digamos assim, que a Josi coletou o mel, a Marina trouxe a caça, né? Então, o que que acontecia: eles chegavam e ponhavam tudo em um local só. E você podia ir descansar, né? E já tinham umas pessoas já indicadas para dar o procedimento para fazer, ou seja, para assar, para fazer uma água doce, que nem hoje a gente toma um suco, né. Então era o que existia. E depois de pronto, o que acontecia? Eles se reuniam tudo ali pra modi se alimentar, e após a alimentação, é isso aqui que cê tá vendo. Que daí, cada um vai tomar banho, outro vai para outro canto, tira lá um pau para fazer um arco de flecha, né. Esse aqui que você tá vendo, ele preferiu descansar. Então é isso aqui que acontece, essa aqui é, a explicação disso aqui é essa aqui que eu to passando para você.
Você pode observar que ele não é fincado. Olha no final dele pra você ver… ele tem folha no final, tem galho no final, pode olhar pra você ver. No final dele, perto dessa arvrona grossa. Pode pesquisar aí pra você ver, na ponta dele, tipo cipó. Entendeu? Então na verdade ele não foi fincado aqui, ele é nativo daqui, oh. Pode ver no final dele tem folha verde. Depois que passa o tronco da arvrona grossa, é o finalzinho dele. Pode ver no final aqui oh, as galinhas verdes dela aqui, uns cipózinhos descendo nela também. Aqui oh, após essa arvrona bem alta, pode olhar. Então ela é uma árvore. Ela se formou e eles não cortaram ela. Você pode ver que ele não tem corte nenhum, a estrutura dela é comprida assim mesmo, em volta inteira ela é desse jeito aqui, tipo, essas entrada aqui, e aqui você pode observar que eles cortaram um pouquinho da ponta, tem uma portinha aqui.
BD E esse tapuy, vocês consideram ele bem construído?
CSX Ô louco, isso aqui é uma mansão, rapaz. Isso aqui é uma mansão. Bem diferente, bem caprichado mesmo.

Relato de
Dival e Claudemir
Xetá
Transcrição em Xetá (língua original)