MP.KO.7277
Vladimir Kozak, Serra dos Dourados/PR, s.d.
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Relato de
CLAUDEMIR DA SILVA E DIVAL DA SILVA
 XETÁ





Transcrição em Português




Brunno Douat: Essa foto aqui é bem... É o mesmo cenário, né? É o mesmo espaço dessa segunda foto que a gente conversou. A gente colocou ela muito pelo contraste da cena, né? Das pessoas nela. As questões arquitetônicas das construções, acho que elas já estão bem respondidas. A questão das folhagens pra secar, né? Pra escorrer, né? Que você comentou.

Claudemir da Silva Xetá: Você pode ver que é mais uma daquelas, sabe?  Essa aqui é a família do Adjatukân, aqui. É a família dele. Uma das três famílias que foram as mais resistentes e conseguiram fugir, do Herarekã, do Adjatukân e do Tumã certo? Então, você pode ver que os três já estão mais contentes, dando risada. Mas o... eu não recordo o nome do antropólogo dessa foto, tinha dois, na verdade, era três, né? O doutor Loureiro e o...não, o Kozák, né? O Kozák e o saudoso professor Arioó, né? Então, ele pediu pra eles fazerem essas fotos. Pode ver que as três já estão bem mais animadas, né? Então, é mesmo o sistema da pergunta que eu expliquei pra vocês.

Brunno Douat: Sim

Josi: Eu não sei se faz sentido isso que eu vou perguntar. Vocês me perdoem se for errado falar isso.

Mas esses chefes que vocês estão falando, né? Principais desses grupos, eles tinham uma esposa ou podia ter mais?

Claudemir da Silva Xetá: Podia ter mais. Tanto é que esse homem mesmo, que eu tô falando pra vocês, ele tinha três esposas. E esses frenteiros, todos tinham três ou tinha sete esposas.

Era o direito deles. Mas só o cabeça. Os outros, não.

Josi: É, porque a gente fica pensando, porque às vezes aparecem poucos homens e aparecem algumas mulheres e várias crianças. Eles vêm na cabeça, se não poderia ser as esposas.

Claudemir da Silva Xetá: É a família dele. Eles tinham o direito de ter mais esposas que os outros, né? Mas somente os cabeças.